sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Desempregado e solteiro
Em algumas coisas, estar desempregado é bem parecido com estar sem namorada. Palavra de quem conhece ambas essas situações há um bom tempo.

Quando se é demitido ou o relacionamento acaba, a gente sempre acha que logo em seguida vai estar numa melhor – seja uma namorada mais carinhosa e mais gostosa, seja um emprego com salário maior e carga horária menor. Mas aí o tempo vai passando, não somos aceitos para as vagas que queremos (sem vagas ou a única vaga já preenchida, porque a gente chegou atrasado), seja em um escritório, seja em um coração.

E é pior quando se vê que a empresa ou parceira anterior já tem substituto pro cargo, assim, antes que a gente tenha conseguido o mesmo. Fica-se pensando: mas, pombas, tchê, não tem mais qualificado que eu! Chegava cedo, saia tarde e ainda fazia sopinha quando ela tava doente.

Se bem que depois dá até um alívio, porque agora é outro que vai ter que agüentar os “não pode”, “não deve”, “não dá” de uma companhia (duplo sentido aqui) que não muda e não avança.

E, mais cedo ou mais tarde, uma vaguinha surge por aí.
Texto Por: Gustavo
quinta-feira, outubro 05, 2006
Não ouse sorrir pra mim!
Uso o transporte público da capital gaúcha 2 dias por semana, no mínimo, há quase um ano, para chegar ao campus da universidade e, como se o "meio" emulasse o "fim", aprendi nos vagões do Trensurb e nos carros da Carris coisas interessantes.

A que dentre todas mais me compeliu a escrever novamente, depois de um hiato que deve ter feito a alegria dos críticos da minha medíocre produção textual ("Escritor de araque... nem se recorda sobre o dativo!"), é tão patética para mim que supera até a falta de cordialidade dos jovens que, encarando um idoso ou uma idosa, não lhe cedem o lugar sentado.

O que me incomoda e entristece é a frieza do veículo e dos passageiros, causada pela tecnologia. Ora, nos tempos em que os charmosos bondes cruzavam as cidades, o trajeto era mais lento, porém menos truculento e mais agradável! Condutor e cobrador vestiam-se de maneira não menos que elegante e todos os passageiros aprumavam-se para embarcar no transporte. Era um acontecimento! E muitos relacionamentos (amizades, sociedades e até casamentos) podiam surgir entre os habituais companheiros de viagem.

O que vejo, contudo, em minha rotina é o contrário. Claro, talvez uma roupa demasiadamente fina para os transportes coletivos atuais fosse um exagero e causasse estranheza. Mas a cordialidade nunca deveria ser posta de lado pelo simples passar do tempo.

Tudo contribui para que aqueles relacionamentos dos bondes não possam ser vividos no trem ou no ônibus atual: a velocidade maior, o barulho mais intenso, a tediosa rotina que tornou-se o uso de um transporte desse tipo... As tecnologias paralelas jogam mais uma pá de terra sobre o túmulo: MP3 Players e celulares são barreiras muito maiores que um jovial e convidativo livro. Podia-se perguntar "O que está lendo?" para encabeçar um diálogo que tornasse o percurso mais agradável, mas "O que está ouvindo?" é uma forma muito invasiva de tentar contato. Interromper uma ligação, então, é total falta de etiqueta. (E isso me lembra de Nelson Rodrigues: "O desenvolvimento humaniza a máquina e maquiniza o homem".)

Mas a forma menos retribuida e mais ingrata de tentar estabelecer contato, de tentar ser simpático é o simples, inocente e quase idílico sorriso. Poucos retribuem um sorriso, na melhor das hipóteses. Na pior, hão de achar que o sorridente é um maníaco, um sociopata tentando atrair uma vítima.

É como se a neurose popular quanto aos maníacos que sorriem de maneira intencionalmente inocente tomasse conta de todos os passageiros e ninguém mais acreditasse em um sorriso sincero e amistoso. Já aconteceu comigo de sorrir para outro passageiro e o mesmo me olhar de viés, com uma expressão de desconfiança, como se eu fosse um mercador de rua lhe oferecendo uma droga ilícita e obscena.

Meu desgosto com essa aridez anímica só é superada pela rara e cristalina sensação de receber o sorriso ou uma resposta. Como é bonita uma amizade que já em suas raízes contraria a perversa lógica das relações modernas. Ainda existem, graças a Deus, os que sabem que não é crime sorrir.
Texto Por: Gustavo
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Novas estratégias miram pobres e classes média
Dois mil e seis é um ano muito importante para o Brasil, afinal, ano de copa e eleições. O primeiro é ainda mais importante, pois este, define a instantânea felicidade do nosso amado povo.

A nova estratégia do PSDB é tirar aquele estigma de partido de elite, e para isso focará sua campanha nessas duas classes. O discurso de Lula, segundo os Tucanos, atinge apenas os que já estão do seu lado e os pobres com falta de informação.

O líder do PSDB na câmera, Jutahy Magalhães Júnior, disse: "Lula usa o assistencialismo para manter o apoio dos mais pobres”. Apesar de criticar o “assistencialismo" de Lula, o Partido terá como foco em sua campanha, programas sociais como: Bolsa Escola, Saúde da Família, Genéricos e etc, que foram criados em sua gestão.

Nas minhas aulas de redação, aprendi que não devemos usar o "clichê" ou senso comum em textos, mas não devemos dar o peixe aos mais pobres, e sim, ensiná-los a pescar. Programas sociais são importantes sim, para a população mais carente, mas por que não dar condições, para essa população viver decentemente?

Condição decente de viver, não é dar dinheiro para o menino ir à escola ou outras assistências, mas sim educação e, fazer esses eleitores com falta de informação, terem informação. Usarei outro clichê, mas talvez uma das poucas verdades absolutas: informação é poder. Por que eles dariam esse poder a população? Fica aí a pergunta.
Texto Por: Leonardo
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Do alto da minha laje
Do alto da minha laje, eu vejo pessoas se destruírem. Do alto da minha laje, como um traficante, eu observo o movimento de todas pessoas, sejam elas do bem, do mal, trabalhadores, ladrões, crianças e mendigos. Do alto da minha laje, eu observo o posto de saúde, que sobra doenças, falta saúde, médicos e remédios. Do alto da minha laje, eu vejo uma faixa com os dizeres: “obrigado ao Prefeito Serra e ao Deputado fulano-de-tal pela recapeação da avenida”, como se eles fizessem algum favor para nós.

Do alto da minha laje, eu leio meu jornal que diz: “Senado aprova duração mínima de nove anos para o ensino fundamental”. Uma ótima aprovação, agora as crianças da periferia receberão por mais um ano leite, roupa e material escolar. No meu jornal, leio que o governo, juntamente com a Argentina, pagou sua divida com o FMI. Magnífico, soberbo, sublime. Agora os mendigos, que vejo do alto da minha laje, poderão dormir sossegados, sem a preocupação dessa divida que tanto nos afligiava.

Do alto da minha laje, eu lembro que já temos usinas nucleares, que o nosso país tem um avião luxuoso para nosso presidente viajar, mas ainda temos problemas como falta de investimento na educação, saúde e saneamento básico. Do alto da minha laje, eu choro. Não porque temos uma das piores desigualdades sociais do mundo e, os políticos e todos os brasileiros são corruptos. Choro por motivos pessoais, por um vazio imenso deixando no meu coração.

O alto da minha laje é como um santuário, aonde eu vejo e sei de tudo. Não vejo só miséria, corrupção e problemas. Vejo alegria e esperança no olhar daquele velhinho de barbas brancas, que me observa todos os dias. Talvez, ele seja algum enviado de Deus, com a missão de me observar e dizer a Deus, se assim como ele, eu só observo os problemas e alegrias da minha nação ou se faço a minha parte, fazendo os olhos deste senhor brilharem, por ter alguém fazendo algo e, aumentando suas esperanças.
Texto Por: Leonardo
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Jogo de Idéias 2006
Há um ano, dois amigos - Leonardo e Gabriel - pensando no vestibular, resolveram criar um blog para discutir temas atuais e treinarem a escrita. Para contribuir com o Jogo, foi chamado, talvez o melhor escritor do blog, Gustavo.

No inicio, os debates eram fervorosos. Um extremo-esquerdista, um centrista e um extremo-direitista, a formula perfeita para um blog jornalístico. Cuba, Bush, Socialismo, Capitalismo, Einstein, Desigualdade Social, Direitos humanos entre outros assuntos, foram debatidos durante seis meses, quando o Jogo perdeu a sua força.

Gabriel, um ser inteligentíssimo, passou no Senai e hoje é um campeão na área de Mecatrônica, Gustavo, passou em Letras, na UFRGS e eu, passei na PUC, na terceira chamada, para um curso com pouca concorrência, porém, não cursarei.

O Jogo de idéias dois mil e seis reforçou o seu time e, contratou jogadores de peso para o ano. Gabriela foi à primeira selecionada. Com os seus quatorze anos, e uma mentalidade de dar inveja a muita gente grande, dá o ar de sua graça esse ano no blog.

Contamos com a presença ilustre de Desirée. Bonita, inteligente e sensual, cursa administração na faculdade Presbiteriana Mackenzie e, estagia no RH da empresa Telefônica, onde pretende contribuir para o Capitalismo do País.

Alessandro. Talvez a única pessoa com quem eu converso sobre política da minha rua. Trabalha no fórum São Paulo e, cursa direito na FADISP. Um socialista extremo-esquerdista fervoroso, que é contra tudo e todos, porém, tem uma queda pelo capitalismo. “Trabalho oito horas por dia, almoço duas, estudo cinco e durmo seis. Não tenho tempo para pensar em revolução”.

André foi o último contratado, porém, não o menos importante. Tem idéias parecidas com a do nosso amigo Gabriel, porém, cursa Comunicação Social na UNB.

O jogo começou, apertem “start”.
Texto Por: Leonardo
quinta-feira, julho 07, 2005
Ela...

Desperto. Não abro os olhos. Minha cabeça gira, mas ao menos não dói. Agora sim, levanto as pálpebras e observo, ainda com a vista embaçada, o quarto na penumbra. Meu corpo estava esgotado. Alguém disse que o cansaço é proporcional ao esforço feito para algo que se deseja. Esta frase está errada. Do contrário, ela deveria ter-me feito pó. Justo ela, que adorava cantarolar que eu a faço sentir “menos pó, menos pozinho”. Rio quando penso nisso, e percebo meu ventre um pouco dolorido. A noite passada, realmente, foi divina.

Ela chegou mais cedo do que eu esperava. Bateu à minha porta e, quando abri, a vi ali. Talvez como se acreditasse se tratar de uma miragem, esfreguei meus olhos. E ela ainda estava ali depois disso. Talvez fosse uma Deusa, então. Pois seu rosto era etéreo e sua expressão, angelical. Finalmente, estávamos juntos.

Pouco tempo depois, não sei precisar quanto, pois quando estou com ela o tempo simplesmente cessa de existir, ela mostrava seu lado mais pecaminoso que virtuoso. Atracou-se comigo, em um frenesi sensual indescritível. Arrancando de mim gemidos guturais (assim como arrancou minhas vestes), que mais pareciam emitidos por um animal do que por um homem civilizado. Fez de mim o que bem quis, e entregou-se às minhas carícias como eu jamais havia imaginado ser possível. Ela, que chegara tão impecavelmente vestida e suavemente maquiada, instantes depois tinha sobre seu corpo apenas o meu. Ela, sem dúvida, me proporcionou a melhor noite de minha vida.

Olho para o lado, e ali a vejo, deitada de bruços, desnuda, dormindo como uma menininha. A minha menininha. Se ainda houvesse algum resto de energia em mim, certamente meu corpo daria sinais agora. Ah, ela é tão bela. Mas não só isso...

A vida toda, muitos tentaram, incessantemente compreender-me, e falharam. Outros, nem tentaram, mas quis muito que me entendessem, ou que ao menos tentassem. Ela, no entanto, nunca tentou entender-me, mas acabou por entender-me sem que eu tivesse de explicar uma só palavra. Ela entendia mais que minhas manias ou gostos ou atitudes. Ela entendia-me em um nível muito mais profundo. Ela viu minha alma. E a entendeu.

Levanto-me e vou até a sacada de meu apartamento, observar o sol, que nasce belo em tons amarelados, alaranjados e amarronzados, no horizonte. Eis que ela se aproxima de mim, e me envolve em um cálido abraço por trás.

Naquele exato momento tenho certeza, pois minha alma me diz: Jamais ficaremos distantes novamente...

Texto Por: Gustavo
segunda-feira, junho 20, 2005
Cédulas

Em um de meus (não escassos) devaneios diários, formulei mais uma questão daquela sorte inquietante, que fica a reprisar-se em minha mente, como aqueles filmes da Sessão da Tarde, que vemos pela enésima vez e, ao faze-lo, perguntamo-nos: “Ei, espera aí! Eu já não vi isso há pouco?”

Pois esta questão é tão relevante quanto estas infinitamente reprisadas películas, mas – ao menos a meu ver – não deixa de ser divertida (bem como os seus análogos): Por que diabos as cédulas das moedas nacionais sempre trazem, estampadas em si, coisas que, de uma forma ou de outra, perderam seu valor?

Explico-me, antes que os patriotas extremistas apedrejem-me! Vejamos: Qual a atual situação do mico leão dourado? Certamente, nada boa! Ameaçado de extinção, o pobre animal, foge do desmatamento, do tráfico de animais e outras formas de demonstrações da estupidez da raça humana. O que dizer de nossa onça? Trancafiada em zoológicos, circos, ou caçada... mesmo os outros animais estampados nas cédulas. Talvez nem todos estejam em extinção, mas qual o valor que damos a eles? Arrisco-me a dizer (com louváveis exceções) que é absolutamente NULO! A população está mais preocupada com arranjar apelidos animalescos às pessoas, em razão de suas características – exemplo: macaco, viado...(reflexo da ignorância e dominação cultural deste povo parvo) do que com a sobrevivência de uma das mais diversas e ricas faunas do globo!

E o que dizer de nossos presidentes ou grandes homens? Recordo-me de quando ganhava a mesada em cruzeiros (se não me falha a memória) e via a figura do ilustríssimo Santos Dumont! Não me parece correto associar a figura deste gênio a uma nota, afinal, o povo (de forma geral) até sabe de quem se trata, mas não lhe dá o crédito e louvor mais do que merecidos. Em vez disso, glorificam o último ignorante que conquistou maior aprovação por parte desta população também repleta de imbecis.

Mas se animais estão em extinção e homens e mulheres memoráveis nunca têm seu devido valor (o que obviamente não os qualifica como as melhores coisas a serem cunhadas em cédulas, devido a seu “mau agouro”), o que diabos imprimir em uma hipotética nova série de moedas?

Que tal toda a seleção de cabeças-de-vento do próximo Big Bestas Brasil? A nota de maior valor fica sendo o vencedor desta palhaçada televisiva! Ou algo melhor ainda! Por que não imprimir imagens de homens que lidam com dinheiro, homens que nos mostram quem têm dinheiro, verdadeiras celebridades que não saem da boca do povo: Roberto Jefferson, Delúbio Soares, Maurício Marinho e toda sua corja. Realmente, dignos de estampar as notas, pra que lembremos o quanto eles furtaram de nossos bolsos. E, talvez assim, passemos a dar mais importância aos animais e aos homens geniais, não apenas por valerem “500 cruzeiros”, ou “dois reais”, mas sim por serem o melhor de uma terra tão repleta de vermes e pulhas de tal estirpe.

Texto Por: Gustavo
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Assim como a Guerra Fria, essse, é um jogo de idéias e interesses. Onde só há um vencedor: qualquer um que participar

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